Medição de uma Criança e as Nornas
A pintura “A Signekjerring”, de Adolph Tidemand, de 1857. A mulher idosa prevê o futuro da criança doente no berço enquanto a mãe observa. A Signekjerringer realizava rituais mágicos popular
Ilustração em preto e branco de Hans Gude para o conto folclórico En signekjärring in Norske folke, de 1879.
Texto original de Jorre Fryslân.
Traduzido e adaptado por André Schürhaus Hyeda
Até o século XIX, não era incomum no norte da Europa convidar uma mulher sábia para o nascimento de uma criança, que então executaria determinadas ações e até mesmo preveria o destino da criança. Na Jutlândia isso era conhecido como “Maale og Signe” ou Medição e Bênção.
Essa mulher usava um fio de lã vermelho para medir o comprimento da criança e proferia bênçãos, algo que lembram palavras mágicas.
Podemos ver no fio de lã mais do que um dispositivo de medição, mas sim o fio da vida que representa nosso dia a dia tecido pelas deusas do destino. Talvez o fio de lã atue aqui como uma relíquia simbólica para medir o destino no reflexo do outro mundo.
As mulheres com essa função também eram chamadas de Signekone, uma palavra que se aproxima do antigo Spákone (Old Norse): cartomante. Uma Spákone deveria não apenas prever o futuro, mas também ajustá-lo. Outros termos relacionados são Signekjerring e Signekvinne.
De acordo com Aat van Gilst (conhecido autor holandês e especialista em tradições e história popular), a ligação com o Spákone é muito interessante. Isso pode significar que o Signekone não fez uma previsão pura e simples, mas que a bênção pode ter envolvido a influência sobre o destino do nascido, um ajuste do futuro.
Os Spákonur ou videntes apareciam em três e, portanto, à imagem das Nornas. Van Gilst menciona que Tácito na obra Germania, um milênio antes de as sagas serem registradas, mencionou uma sacerdotisa oracular chamada Weleda (Veleda em algumas versões):
“O poder dessa virgem da tribo dos Bructeri se estendeu muito, graças a um antigo costume entre os alemães, segundo o qual eles consideravam muitas mulheres como arautos do destino e, conforme a superstição aumentava, até mesmo deusas”.
Será que a atuação das sacerdotisas dos oráculos forma o núcleo da fiação do destino pelas deusas do destino? Ou até mesmo a origem do mito das Nornas? Ou será que essas mulheres sempre agiram a partir do conceito de que estavam em contato com as deusas do destino que previamente eram conhecidas?
A elite certamente visitou essas sacerdotisas, incluindo os senhores da guerra e o rei, ainda de acordo com Van Gilst. Assim como Odin também procurou as Nornas para obter informações sobre seu destino.
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