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Thunor e a Grande Serpente

Importância do Contos Folclóricos e das Antigas Histórias Muito do que conhecemos sobre a mitologia nórdica e germânica deve-se à preservação das Eddas. No entanto, as Eddas são compilações de contos populares documentadas após a cristianização dos povos escandinavos, no século XIII, e, como resultado, apresentam influências cristãs perceptíveis. Diante disso, uma abordagem complementar e enriquecedora é a pesquisa e o registro de antigos contos populares e tradições folclóricas que ainda sobrevivem entre outros povos germânicos, bem como a exploração de fontes indo-europeias. Esses relatos são valiosas janelas para compreendermos a mitologia original dos povos germânicos, ajudando a reduzir nossa dependência exclusiva das Eddas. O conto a seguir é uma antiga história dos Países Baixos sobre Thunor (também conhecido como Donar ou Thor), o deus do trovão, e sua batalha contra a Grande Serpente. Trata-se de uma narrativa distinta daquela apresentada no Ragnarök das Eddas, que destaca a m...
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Baduhenna - A Deusa da Guerra dos Frísios

Atestado Histórico Baduhenna, uma deusa da guerra pouco conhecida mencionada por Tácito em seus Anais , era venerada pelos Frisii, uma antiga tribo germânica do Mar do Norte. Embora seu nome apareça brevemente nos relatos históricos, ele oferece pistas sobre seu papel e importância na espiritualidade frisã, especialmente no contexto de batalhas e guerra psicológica. A etimologia de Baduhenna revela muito sobre sua natureza. Seu nome parece derivar do proto-germânico badwa- , que significa “batalha” e está relacionado ao inglês antigo beadu (significando “batalha” ou “combate”). Esta raiz tem paralelo no proto-céltico bodwā- , de onde se origina o nome da deusa da guerra irlandesa Badb. Ambas as deusas estão ligadas à guerra, com ênfase em criar confusão e medo no campo de batalha. O segundo elemento do nome de Baduhenna, -henna , é menos claro, mas pode estar ligado ao sufixo -henae , presente nos nomes das deusas-mães germânicas ou Matronae . Isso sugere um aspecto protetor, possivel...

Medição de uma Criança e as Nornas

Medição de uma Criança e as Nornas A pintura “A Signekjerring”, de Adolph Tidemand, de 1857. A mulher idosa prevê o futuro da criança doente no berço enquanto a mãe observa. A Signekjerringer realizava rituais mágicos popular Ilustração em preto e branco de Hans Gude para o conto folclórico En signekjärring in Norske folke, de 1879. Texto original de  Jorre Fryslân . Traduzido e adaptado por André Schürhaus Hyeda Até o século XIX, não era incomum no norte da Europa convidar uma mulher sábia para o nascimento de uma criança, que então executaria determinadas ações e até mesmo preveria o destino da criança. Na Jutlândia isso era conhecido como “ Maale og Signe ” ou Medição e Bênção. Essa mulher usava um fio de lã vermelho para medir o comprimento da criança e proferia bênçãos, algo que lembram palavras mágicas. Podemos ver no fio de lã mais do que um dispositivo de medição, mas sim o fio da vida que representa nosso dia a dia tecido pelas deusas do destino. Talvez o fio de lã atue aq...

Þórr rema ao Mar com Hymir.

     Então Gangleri disse:"Útgarðr-Loki é muito poderoso mas ele fez uso de astúcia e magia.Sua grandeza pode ser vista pelo fato que ele tem a sua sucessão de capangas de tal poder.      Þórr nunca se vingou por isso?" Hárr respondeu: "Isso não é desconhecido, embora nenhum homem sábio diz sobre isso, como Þórr fez para compensar por essa viagem da qual foi contada.      Ele não permaneceu muito tempo no lar, antes ele se preparou tão derepente para uma nova viagem tão apressada que não levou seu carro, bodes ou companheiros. Ele foi para Miðgarðr na forma de um jovem rapaz, e chegou no entardecer no crepúsculo até um certo jötunn que era chamado Hymir.      Þórr passou a noite ali como convidado. Quando amanheceu Hymir se levantou e se vestiu e estava pronto para remar até o mar para pescar.      Então Þórr saltou e de repente ficou pronto,e perguntou a Hymir para deixa-lo remar ao mar com ele.    ...

Estudos sobre o mito da pescaria de Thor

  Existem muitas versões deste mito registrado de diversas formas pelo mundo escandinavo, as duas versões mais relevantes para os estudos estão preservadas em Hymiskvida e na Snorra Edda, sendo o primeiro encontrado no Codex Regius composto por volta do séc X ou XI, sendo o sétimo poema e a segunda versão é encontrada no Gylfaginning cap 48. Hymiskvida possui algumas semelhanças com Thimskvida, onde seja na busca do martelo roubado quanto pelo caldeirão, são mitos que de certa forma retratam a estrutura social da nobreza nórdica, onde através de festas e celebrações os laços entre os membros da comunidade são fortalecidos e os nobres afirmam seu poder, sendo assim uma forma de mostrar Thor como deus dos camponeses, engajando em demandas para a manutenção social e manter as tradições, onde no mito temos a adição da figura misteriosa de Týr e sua possível família, tendo um foco maior na trama interpessoal dos personagens do que de fato no combate entre Thor e a serpente do mundo. ...

Hymiskviða

01 – Há muito tempo os Tívar da morte* estavam caçando, e desejavam cerveja para o sumbel* antes que eles se alimentassem. Eles balançavam teinns e inspecionavam sobre o sangue de sacrifício*, e descobriram a abundância de caldeirões em Ægir. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1* Os Tívar da morte são os deuses. 2* Banquete com bebida tomados em ritual solene. 3* Teinns são talismãs (talvez até runas) e o sangue é possivelmente de algum sacrifício com o intuito de ver o futuro. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 02 – O habitante da montanha* estava sentado ali, feliz como uma criança, muito parecido como um filho de Miskorblindi . O filho de Yggr  olhou desafiadoramente nos olhos dele: “Você deve preparar freqüentemente sumbel para os Æsir!” 1* Ægir. 2* Miskorblindi parece ser o nome do pai de Ægir, embora outras fonte...